Qua, 04 de setembro de 2019, 16:35

Descoberta de substância anti-hipertensiva em plantas aromáticas rende patente para UFS
04/09 Diferente de outros medicamentos, substância não possui efeitos colaterais
Foto : Igor Rocha
Foto : Igor Rocha

O Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) concedeu em agosto mais um depósito de patente para UFS. A pesquisa, “Preparação Farmacêutica Obtida A Partir Do Complexo De Inclusão De (-)-B-pineno E B-ciclodextrina Com Atividade Antihipertensiva”, utilizou substâncias encontradas em plantas aromáticas para desenvolver um complexo capaz de combater a hipertensão sem causar efeitos colaterais ao paciente.

“Para se ter uma ideia, 40% das pessoas que iniciam o tratamento [tradicional], abandonam. Esses dados fizeram com que a gente buscasse nas plantas medicinais uma alternativa terapêutica que pudesse ser eficaz e que não tivesse os efeitos colaterais dos medicamentos tradicionais”, afirma o professor doutor Marcio Roberto Viana dos Santos, do departamento de Fisiologia e um dos inventores do produto.

Os testes pré-clínicos realizados até agora demonstram grande potencial no combate à hipertensão, porém é necessário continuar as pesquisas e realizar novos testes. “Por ser uma molécula nova para tratar a hipertensão arterial, é possível que futuros estudos identifiquem novos sítios de ação [áreas de atuação], diferentes daqueles que os medicamentos tradicionais, costumeiramente utilizados, agem”, diz Márcio.

Hipertensão no Brasil

Segundo dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde, em 2017, o Brasil contabilizou 141.878 mortes devido a hipertensão ou causas relacionadas a ela (AVC, infarto, aneurisma arterial e insuficiência renal e cardíaca). Se realizarmos um recorte por raça, é possível notar que a hipertensão é predominante entre a população negra. Estima-se que 50% das pessoas com mais de 65 anos tenham o problema. Na faixa acima de 75% anos o problema chega a 80%.

Desafios

O próximo passo da pesquisa é realizar os testes em humanos e para isso é necessário montar um equipe interdisciplinar formada por médicos pesquisadores que possam acompanhar o dia a dia dos pacientes. “Essas pesquisas são caras. O ideal é que, com a patente em mãos, a gente possa negociar com um laboratório que tenha interesse em produzir o medicamento e realizar esses testes clínicos”, conta.

Assinam como inventores da patente: Marcio Roberto Viana dos Santos; Leonardo Rigoldi Bonjardim; Daniel Badaue Passos Junior; Sandra Lauton Santos (Departamento de Fisiologia); Ítalo José Alves Moreira (egresso do doutorado em Biotecnologia em Saúde); Adriano Antunes De Souza Araújo; Mairim Russo Serafini; Lucindo José Quintans Júnior (Departamento de Farmácia); Valter Joviniano De Santana Filho (Departamento de Fisioterapia) e Waldecy De Lucca Junior (Departamento de Morfologia).

A patente pode ser consultada neste site, através do número de pedido: BR 102013024308-6.

Por Igor Rocha


Atualizado em: Qua, 02 de outubro de 2019, 09:11