O Aedes aegypti é um inseto que nós conhecemos bem e que, infelizmente, mesmo sendo tão pequeno, pode causar grandes danos à saúde da população, já que é o transmissor de doenças como a dengue, febre amarela urbana e chikungunya, enfermidades que, na sua forma mais grave, podem levar à morte.
Nesse sentido, estudos científicos estão sempre sendo realizados a fim de buscar mais soluções para combater esse mosquito e possibilitar que as pessoas tenham novas ferramentas de prevenção e controle dele. Em razão disso, pesquisadores da Universidade Federal de Sergipe vêm trabalhando arduamente no desenvolvimento de propostas tecnológicas para o controle químico do vetor, e reforçando sua responsabilidade social, em setembro deste ano o Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), concedeu à UFS a sua décima carta patente, após o processo de depósito, análise e aprovação.
Trata-se da patente “Formulação/Composição a Base de Nanocompósito Bentonita/Polímero Hidrofìlico/óleo essencial para Controle Larvicida do Aedes aegypti” que, como o próprio título já abre à explicação, é uma tecnologia que por meio da utilização de óleos essenciais (de forma específica o Syzygium aromaticum, usado neste estudo), relacionados à Bentonita e a polivinilpirrolidona, funciona como um biolarvicida e, em termos de economia, mais acessível. A relação entre essas substâncias é necessária porque, enquanto o óleo essencial vai agir sobre a larva do mosquito, o nanocompósito sana a dificuldade de adesão que existe nos óleos essenciais ao meio aquoso, ambiente de reprodução do mosquito, permitindo, assim, maior precisão contra o inseto.
Essa afirmativa está respaldada no resultado do estudo do invento, em que foi constatado que a ação desse larvicida teve uma eficiência satisfatória em relação a outros comumente usados, em razão de o mosquito ter desenvolvido certa resistência a eles. Graças à inovação tecnológica, agora, a população pode ter mais um mecanismo de combate ao Aedes aegypti, o que pode contribuir para melhor qualidade de vida das pessoas e menos impacto ao meio ambiente, porque se trata de um produto de origem natural.
O invento foi desenvolvido pelos docentes Rogéria de Souza Nunes, Sócrates Cabral de Holanda Cavalcanti, Zélia Soares Macedo, Mário Ernesto Giroldo Valério, e pelos discentes Adriana de Jesus Santos, Lícia Tairiny Santos Pina, Cochiran Pereira dos Santos, Gabriela das Graças Gomes Trindade, Juliana Gouveia Galvão, Joyce Kelly Marinheiro da Cunha Gonsalves e Alyne Dantas Lima, numa ação integrada entre os departamentos de farmácia, física e ciência e engenharia de materiais da UFS.
Por Samuel dos Santos